Pegando na base do marketing tradicional, o Marketing Inclusivo pretende chegar aos consumidores focando-se nas suas diversas realidades demográficas – o espelho da sociedade – sem apelar a estereótipos ou lugares comuns. É aceitar e entender o consumidor enquanto ser diverso, em todas as facetas da sua vida – raça, género, sexualidade, classe, religião, etnicidade, entre outras – muito para além das habituais classificações demográficas.
Cabe assim às marcas que abracem o marketing inclusivo assumir um papel claro de criar uma cultura visual e uma mensagem social mais representativa, que procura entender as diferenças e as histórias, tornando as marcas parte da celebração não só da diversidade, como também da justiça social.
Efetivamente, a preocupação social, onde se incluem os temas da inclusão, é hoje uma das principais exigências dos consumidores junto aos tradicionais eixos de marketing, como preço ou qualidade. De acordo com um estudo feito pela ATREVIA e a Universidade Deusto em 2017, a Geração Z pondera a responsabilidade demonstrada pelas marcas para com os temas sociais um elemento de grande importância na escolha de compra (3 numa escala de 1 a 4, sendo 1 pouco e 4 muito).
As marcas que procuram ganhar mercado estão atentas a este movimento. Usam as suas novas capacidades de comunicarem diretamente com os seus públicos, ouvirem ativamente o seu feedback e de se alinharem com os seus valores, através das plataformas digitais. O resultado: consumidores envolvidos e fiéis, além de novos tipos de earned media, antes não possíveis.
Mas para isso, há que romper a abordagem pré-definida, repensar o modelo:
- Todos somos diferentes. Há mais para além da idade, género ou classe social. Considerar novas realidade demográficas, integrá-las no plano de marketing e envolvê-las pode ser um bom caminho para criar embaixadores, que se revejam na visão e experiência de marca.
- Na vida está a melhor inspiração. Os consumidores são uma ótima base para encontrarmos as melhores histórias e comunicar os pontos fortes da marca. Porque não começar a criatividade por aí?
- Um movimento de dentro para fora. Assumir este posicionamento de marketing exige que toda a empresa/marca assuma a inclusão e a diversidade como uma medida global, tanto para os clientes externos como internos. É uma forma de olhar o mundo, não uma estratégia temporária.
Há todo um caminho pela frente na criação de um marketing inclusivo que represente não só as especificidades dos diferentes grupos de consumidores, como também as particularidades da marca e dos seus produtos. É na união destas duas realidades que o “sonho” vendido pelas marcas pode ser vivido pelos consumidores.
Chamar-lhe uma tendência pode ser um erro. Mais do que isso, o Marketing Inclusivo é um movimento que veio para ficar.