A Agência de Noticias EFE Empreende entrevistou Núria Vilanova, presidente e fundadora da ATREVIA, que destacou que com a crise reinventamos a comunicação pois, apesar da complicada situação que atravessou o país, a consultora que preside tem-se internacionalizado e inovado, adaptando os seus serviços à nova realidade do setor.
Por que decide dar o passo de Inforpress para ATREVIA?
E por que não? Após 26 anos de crescimento, de ter dado o salto internacionalização, de ter feito tantos esforços para explorar diferentes áreas da comunicação, de atrever-nos a lançar novas práticas e novos serviços, de inovar, demo-nos conta que era o momento de nos atrever a adaptar a nossa marca à nova realidade.
Enfrentámos muitos reptos e conseguimos muitos sucessos. Evoluímos, sabemos que o ser humano é comunicação e acreditamos, além disso, no seu poder transformador. ATREVIA é um impulso, o nosso compromisso para avançar e seguir desenvolvendo novos campos em comunicação. Representa todo o que hoje somos e podemos oferecer.
Que procura com este novo projeto?
Procuramos ajudar os nossos grupos de interesse e os nossos clientes a aproveitar o poder transformador da comunicação como ferramenta para influenciar, apaixonar e alinhar equipas. Procuramos continuar a evoluir e liderar o setor. Esta atitude de superação caracteriza a equipa ATREVIA. Estamos abertos às novas opções com que o mercado nos brinda, a proporcionar soluções às necessidades dos nossos clientes e a potenciar as suas relações, gerando espaços de desenvolvimento conjunto.
Queremos consolidar a nossa rede ibero-americana de escritórios próprios para apoiar os nossos clientes nas suas estratégias de comunicação e posicionamento nos diferentes mercados. A internacionalização permite-nos trabalhar tanto de forma global como regional nos projetos de comunicação, posicionamento e public affairs.
Nesta nova criação de marca, qual foi o papel da Inforpress?
A nossa equipa contribuiu para o desenvolvimento do novo relato e na definição dos nossos valores. Trabalhámos sobre o que realmente somos. Embora também contámos com ajuda externa, a Inforpress, como não podia ser de outra maneira, jogou um papel ativo fundamental.
Qual é a diferença entre a ATREVIA e a Inforpress?
A ATREVIA representa a evolução do setor e portanto, a própria evolução da nossa empresa e dos nossos serviços.A Inforpress representava e inspirava as relações informativas e os serviços que tradicionalmente oferecia um gabinete de imprensa. No entanto, como os nossos clientes sabem, os serviços que oferecemos evoluíram e alargaram-se. O conceito de ”Informar” deu lugar é ao “dialogar” com grupos de interesse, gerando relações de confiança e espaços para acordos e desenvolvimento.
Ao que se dedica a ATREVIA?
Atualmente somos mais de 300 colaboradores estamos presentes em 11 países (Espanha, Portugal, Brasil, Colômbia, Chile, Peru, México, Equador, Porto Rico, Washington e Bruxelas).
Em Bruxelas e Washington concretamente, permitem-nos representar os interesses dos nossos clientes, porque muitas das decisões que são tomadas nessas cidades são chave para a viabilidade e o sucesso das empresasnos respetivos mercados. As agendas legislativas no contexto atual são fundamentais e geradas desde ali.
Somos uma equipa experiente e multidisciplinar que dispõe de metodologias próprias de trabalho em 14 áreas da comunicação, posicionamento e public affairs. Como consultora de comunicação global, abarcamos tanto a parte estratégica das relações dos nossos clientes com os seus grupos de interesse, como a área criativa. Entendemos a estratégia a partir de três perspetivas: Corporate, centrado na gestão de influência, construção de pontes e promoção de alianças de valor; Marcas, criando entusiastas, gerando emoções e Pessoas, ajudando as empresas a converter os seus colaboradores em aliados, impulsionando os seus compromissos e envolvendo-os nos objetivos corporativos.
Faz-se a mesma comunicação que quando começou?
Não. Com a crise temos reinventado a comunicação. Apostamos constantemente na inovação do setor, assumindo nichos e áreas de mercado a que outras empresas não estavam a atender e contribuímos para a criação de conhecimento, especialmente no âmbito da boa governança corporativa e da comunicação interna. Por isso criámos, há mais de 10 anos, o Fórum do Bom Governo e o Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa, que se converteram em centros líderes de conhecimento, em colaboração com as escolas de negócio IESE e IE.
Nos momentos mais difíceis fomos capazes de ampliar a nossa oferta e hoje em dia, só fazemos comunicação tradicional com aproximadamente metade dos nossos clientes.
É a Núria presidente de ATREVIA ou é uma marca em si própria?
Sou uma pessoa apaixonada pelo que faço. Pesquiso, aprendo, estudo, trabalho as relações…. Sou tremendamente ativa no setor da comunicação e sem dúvida, faço-o pela ATREVIA, com o apoio de uma equipa implicada num projeto comum. Pessoalmente, dedico muitíssimo tempo a explorar linhas de investigação, a escrever livros, a organizar encontros e tertúlias. No fundo, ambos os papéis andam sempre lado a lado
Que projetos tem para o futuro?
Na ATREVIA percebemos que as fronteiras da comunicação não são definas pelos países ou pelos idiomas. Queremos ser líderes em comunicação em espanhol e em português, conhecer as diferenças e características dos diferentes mercados – que são muitas e sem dúvida, todas apaixonantes! Além disso, queremos saber e conhecer as pessoas “influentes” em cada área e em cada mercado. Para isso, abrimos escritórios nos principais países de fala hispana, Washington e Bruxelas, para poder oferecer aos nossos clientes soluções globais, tanto nos seus projetos internacionais, como locais.
Que característica deve ter um projeto para triunfar em tempos de crise no setor da comunicação?
Hoje a comunicação é influir, gerar compromisso, apaixonar e alinhar pessoas. Para isso, as empresas devem entender o que é a influência. Influir é ser capaz de estabelecer um diálogo de valor com todos os públicos relevantes para uma organização, gerando confiança para progredir conjuntamente. Criar espaços onde há interesse comum e onde todas as partes ganham. Trata-se de defender os interesses próprios, defendendo também os interesses dos seus clientes, dos seus empregados, do seu país, do meio em que desenvolve a sua atividade.
Considera que é fácil empreender em Espanha?
No setor da comunicação empreender é inevitável, pois está constantemente a avançar e mudar e portanto, devemos estar sempre dispostos a enfrentar novos desafios.
O esforço e o espírito de superação, embora pareça utópico, são fundamentais para consegui-lo. É verdade que requer muita perseverança, dinamismo e muitas noites de insónia. Mas vale a pena! Felizmente existem ajudas de financiamento aos empreendedores e as redes sociais permitem dar visibilidade a projetos extraordinários. É uma questão de converter as debilidades em fortalezas que contribuam para agregar valor. Os empreendedores devem ter paixão, vontade e capacidade de trabalho. Saber apaixonar os outros pelo projeto que uma pessoa empreende é uma espécie de íman que atrai o talento e forma uma boa equipa.
O que significou para si ser considerada uma grande empreendedora, por parte da revista tecnológica mais antiga do mundo, a MIT Technology?
Todos os reconhecimentos supõem um impulso para seguir avançando, empreendendo e para continuar a atrever-se a abarcar novas áreas de negócio. Contudo, sem dúvida, os reconhecimentos que mais me emocionam são os que recebemos enquanto equipa. Este ano, a revista Executivos premiou-nos como a melhor consultora de comunicação. É, sem dúvida, o reflexo do esforço de todos os que fazem parte da ATREVIA, especialmente nos momentos mais duros que o país viveu e apesar dos quais conseguimos crescer, gerar emprego e abrir escritórios noutros mercados estratégicos.