Núria Vilanova, fundadora e presidente da ATREVIA, publicou um interessante artigo de opinião na edição impressa do diário peruano Aptitus, intitulado “Líderes analógicos ou líderes digitais”:
“O ambiente corporativo atual exige líderes diferentes, que inspirem, envolvam e coordenem forças: que mobilizem. O melhor gestor já não pode controlar nem impulsionar por si só uma empresa. Os novos tempos e o ambiente digital geraram outro tipo de liderança: diretores que conseguem parceiros e não súbditos estão conscientes de que grande parte do êxito tem cada vez mais que ver com o alinhamento dos colaboradores com as metas e valores da empresa. Além disso, interiorizam a era online e seus recursos.
Hoje é necessário outro modelo de liderança, baseado no surgimento de ambientes e plataformas digitais que mudaram a relação das empresas com os seus públicos, e que há que incorporar nos planos corporativos. E também um novo olhar interior para conseguir o compromisso dos colaboradores como os embaixadores da marca mais eficazes. Esta liderança já não é vertical, é horizontal. Os grandes gestores já não definem as mudanças sozinhos nem podem esperar que as suas diretrizes sejam seguidas à letra. Podem sim emocionar para reunir esforços. Há alguns anos era viável mobilizar a partir da autoridade, hoje é preciso inspirar, como defendo no meu livro MICROPODERES.
Se os altos executivos querem ser líderes das novas gerações não podem voltar as costas aos novos parâmetros de comunicação interna nem às redes sociais: conversação, escuta, proximidade. O líder deve sê-lo também nas redes sociais. Hoje comunica-se de forma diferente e imediata com transparência e menos controlo porque o utilizador tem maior influência sobre as marcas no ambiente digital. Ainda assim, vemos empresas reputadas cujos líderes estão ativos em fóruns públicos, mas ausentes nas redes sociais como se o mundo não tivesse mudado, fechados a uma comunicação que é estratégica. São gestores sem identidade online, irrelevantes na internet, que se recusam a abraçar uma tendência vital para o seu negócio, que o privam do seu papel chave num ambiente digital que a empresa deve implementar para crescer.
Pode um líder optar por estar à margem do digital? Acredito que não pode nem deve. Essa atitude tira mais do que dá. O medo do desconhecido ou a preguiça por despender tempo numa atividade que não se julga central reforçam a recusa de alguns diretores em ser os defensores online das empresas. Mas essa atividade é de facto central. A liderança online faz parte da marca e é um processo irrenunciável na sua identidade.
Hoje, a liderança baseada na comunicação interna e ativismo digital é uma questão de sobrevivência e fator estratégico de negócio.”