Já lá vão mais de 600 anos desde que os portugueses se aventuraram pelo mundo fora, na Era dos Descobrimentos. Foi um tempo de conquistas, vitórias, derrotas e do início de uma herança histórica para Portugal. Este país à beira-mar plantado é, hoje, um dos mercados-chave para a América Latina e isso deve-se, em larga medida, à história do país.
Que nem Pedro Álvares Cabral, as empresas e organizações portuguesas precisam de pensar a estratégia de forma global, partir para a descoberta, e levar o know-how nacional para mercados onde o desenvolvimento de negócio seja relevante e sustentável. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a América Latina representou, em 2015, o 2,7% das exportações portuguesas de bens, totalizando 1.343 milhões de euros. Este valor, ainda pequeno se olhamos para os 48 mil milhões de euros que renderam as exportações portuguesas no total, indica que o potencial da América Latina pode representar o futuro da expansão e internacionalização das empresas portuguesas. Brasil continua a ser o nosso primeiro parceiro comercial, mas países como México, Colômbia ou Perú estão a apostar numa maior dinâmica com Portugal.
Portugal é um forte exportador de matérias-primas e produtos agrícolas, entre os quais se destacam o azeite, as máquinas e aparelhos bem como a indústria têxtil e de calçado – uma área em expansão no nosso país. Mas não só. A expertise e o know-how dos portugueses são também um dos “produtos” que mais vende nos mercados da América Latina. As empresas e as organizações devem, por isso, focar-se na criação de um espaço ibero-americano de partilha de conhecimento.
Mas o que falta aos empresários portugueses para “navegarem” por outros mercados? Acima de tudo, conhecimento do negócio. O processo de exportação e/ou internacionalização deve ser pensado na estratégia de negócio da empresa e, por isso, implica uma análise e imersão para evitar riscos. As especificidades culturais, económicas, legais e burocráticas assumem-se como o principal desafio e, ao mesmo tempo, a maior oportunidade para as organizações portuguesas.
Os gestores portugueses devem ter presente que os processos de negociação noutros mercados, especificamente na América Latina, são díspares entre si.
Portugal precisa de uma nova Era dos Descobrimentos que ajude as empresas a pensar noutros mercados, a desafiar o negócio, parceiros e colaboradores a encararem a diferença como algo positivo. Vivemos tempos de grande mudança e a expansão é inevitável para uma organização que pretenda evoluir. Nesse ponto, é unânime que as empresas portuguesas têm potencial para identificar alternativas que incluam outros mercados. Estas fomentam as relações internacionais, aumentam a visibilidade da empresa, criam novos postos de trabalho e resultam num benefício para a nossa economia.