Não é exagerado dizer que não há ninguém deste planeta que não tenha ouvido falar do jogo Pokémom GO, uma autêntica febre a nível mundial. Surpresos por tanto ruído à volta de (mais) um jogo para smartphones, todos os dias vemos nos jornais e televisões, notícias de jogadores que sofrem acidentes leves ou até mesmo graves, provados pela participação neste jogo. Mas, afinal, o que é o Pokémon GO?
Começo pelo que se sabe: trata-se de um jogo de realidade aumentada, que combina a tecnologia do Google Maps, com a base de dados da Niantic, o GPS e a câmara do smartphone. Depois de descarregar a app, o jogador cria o seu avatar e transforma-se num verdadeiro treinador de Pokémon, cuja missão é explorar o mundo que o rodeia – ou seja, o mundo real – à procura de Pokemóns que são “apanhados” com as conhecidas “pokebolas”. Apenas 30 anos separam este jogo da história original. Todo o enredo se mantém.
Em apenas duas semanas após o lançamento, calcula-se que há perto de 26 milhões de jogadores só nos EUA. A média de instalações é de quatro a cinco milhões por dia, algo inédito na história dos jogos para telemóveis. Este fenómeno mundial não fica de fora em Portugal. Só na versão Android, já se registraram quase 1,19 milhões de downloads. Estes números são, sem dúvida, um caso digno de análise!
Não demorou muito tempo até todos percebermos o impacto do Pokemón GO na sociedade em que vivemos. As empresas, atentas à realidade que as rodeia, estão inclusive a aproveitar o storytelling em torno do jogo para abordar, de forma muito estratégica e com ações sniper, os consumidores. Já ninguém está indiferente.
Por exemplo, na cidade do Porto já é possível alugar um tuk-tuk, táxis ou motas para percorrer as ruas da Invicta, de forma cómoda e segura, para caçar Pokémons. O Hotel Pestana, de cinco estrelas, criou um novo conceito, o “Pokémon Go Concierge”. Trata-se de uma pessoa que, não só mostra onde estão os Pokémon dentro dos espaços do Hotel e nas proximidades, como também organiza visitas guiadas pela cidade e pelas PokéStops ‒ locais onde se podem encontrar elementos para o jogo. Mas não fica por aqui. A seguradora Tranquilidade acaba de anunciar o lançamento do “AP GO”, um seguro contra acidentes pessoais, que cobre os riscos e perigos que os jogadores de Pokémons enfrentam, ao passearem-se pelas ruas, com os olhos colados nos ecrãs dos smartphones. Daqui partimos para as empresas de telecomunicações, como a MEO e a Vodafone, que criaram pacotes especiais para os fanáticos por este jogo. Até uma das mais famosas figuras públicas portuguesas, a manequim Sara Sampaio, festejou o seu aniversário em Nova Iorque, com uma festa com a temática Pokémon GO!
Já todos percebemos o impacto do Pokemón GO. Compete às marcas perceber o que podemos aprender com o sucesso daquele que não é apenas “mais um jogo para telemóvel”. O recurso à realidade aumentada é, hoje, uma potencialidade relevante para as organizações. É uma tecnologia universal, capaz de atingir segmentos, de uma forma moderna, única, impactante e atraente. As potencialidades são inúmeras: desde os elementos de comunicação institucional das marcas, até às brochuras de apresentação dos produtos e serviços, ou em projetos de comunicação interna para potenciar o engagement com os colaboradores.
As marcas precisam, hoje, de ser pioneiras na forma como chegam aos seus consumidores. Talvez tenhamos mais a aprender com o Pokemón GO do que imaginamos: desde o segmento a quem se dirige, estrategicamente definido e diferente daquele da maioria dos jogos, até à tecnologia e ao impacto que conseguiu na sociedade, ou melhor, em todo o mundo. Não é isso mesmo que queremos?