Crónica de Núria Vilanova publicada no diário económico, empresarial e financeiro da Colômbia “La República” sobre Comunicação Interna.
O mundo empresarial regista mudanças profundas, que não só afetam a sua atividade quotidiana de negócio, mas também o enfoque em que as empresas se relacionam com o seu contexto, o seu ecossistema e os seus públicos. Para enfrentar os novos desafios, as empresas tiveram que desenvolver novas estratégias, entre elas de comunicação, e fazer um exercício de introspeção que passou, entre outras coisas, por reparar que durante algum tempo se tinham esquecido de um dos principais stakeholders: os próprios colaboradores.
Hoje isso mudou. As empresas deixaram para trás os planos de comunicação direcionados para uma só audiência (o público externo) e já não se discute o papel relevante da comunicação interna na melhoria da reputação, resultados de negócio e balanço financeiro. As organizações fizeram o exercício de olhar para dentro de forma a crescer para fora. E já era tempo de fazê-lo! Para mim, que como comunicadora e como empresária estou apaixonada pela comunicação interna, estou convicta do envolvimento necessário e alinhamento dos colaboradores para os objetivos da empresa, estamos no bom caminho.
Acredito que as empresas devem, hoje mais que nunca, contar com os colaboradores como motor da mudança. A experiência demonstrou-me, a mim e a muitos outros empresários, que as pessoas são a essência da empresa, a base sobre a qual se constrói. São os verdadeiros protagonistas das empresas. E que a comunicação interna é uma peça estratégica para gerir e garantir o sucesso. É vital impulsionar o sentimento de orgulho de pertença, vincular, motivar, gerir o talento e criar engagement com os colaboradores, que podem chegar a ser os melhores embaixadores da empresa, mediante planos e projetos que lhes tragam protagonismo.
É assim que, cada vez mais empresas latino-americanas pensam, especialmente na Colômbia, onde deteto especial sensibilidade para esta questão. A Colômbia tem modelos exemplares de boas práticas em comunicação interna. Desde o Grupo EMP (que já recebeu um prémio do Observatório de Comunicação Interna em Espanha pelo projeto de Boletim Telefónico) até à Corona, Mineros S.A. ou Pacific Rubiales. Todas desenvolveram modelos baseados em estratégias multicanal, fomentaram o engagement e deixaram para trás padrões hierárquicos. Optaram por parâmetros horizontais e impulsionaram redes de colaboração. Posicionaram com êxito o colaborador e a retenção de talento nos eixos de transformação da marca.
Tenho a certeza de que as boas práticas de gestão de pessoas converteram-se no melhor marketing corporativo para as empresas. Porque estamos na era das pessoas e estas são o melhor investimento de uma empresa. O uso da Internet teve muito que ver com esta mudança de enfoque em que se favorece a comunicação multicanal para colocar o colaborador no centro. E aqui, é essencial uma estratégia de três passos: saber informar, saber participar e saber passar à ação.
Creio que a Comunicação Interna tem uma influência decisiva para alcançar os objetivos da empresa, especialmente num ambiente de enorme e crescente concorrência empresarial e de uma maior possibilidade de mobilidade dos colaboradores. A situação económica exigiu às empresas uma profunda transformação, uma revisão do modelo organizativo, para situar os colaboradores em primeiro plano, a passar por uma nova via que julgo ser a mais adequada. As empresas com mais sucesso, atualmente, são as que decidiram olhar para dentro, emocionar dentro e vincular dentro para estar em condições de crescer fora.