Núria Vilanova, fundadora e presidente da ATREVIA, explica o estudo Os valores e a comunicação na empresa familiar, elaborado pela ATREVIA e a Cátedra da Empresa Familiar do IESE Business School. A respeito dos desafios enfrentados pelas empresas familiares, Núria Vilanova comenta que “há um índice muito alto de empresas familiares que morrem na terceira geração, basicamente porque começam a surgir problemas de comunicação entre os membros da família sobre a visão e a gestão da empresa, o qual acaba por distrair a empresa da necessidade de se adaptar e se antecipar continuamente à mudança”.
Neste sentido, a definição e planeamento de uma estratégia comunicacional é fundamental: “aproximadamente 50% das empresas familiares não tem a comunicação estruturada e, entre aquelas que a têm, a maioria envia informação de carácter económico. Mas aí há uma contradição, porque a maioria das decisões que se tomam tem uma componente emocional muito forte. Comunica-se mais o racional e não tanto o emocional, mas este último é o que une as famílias em primeira e segunda geração, o desafio de crescer em frente aos gigantes”.
Finalmente, Núria Vilanova destaca as vantagens que definem e diferenciam a empresa familiar: primeiramente, “o alinhamento da equipa; isto é, que os empregados e os diretores unam forças e esforços porque conhecem perfeitamente qual é o objetivo. Em segundo local, a reputação, pois sabemos que por trás da empresa estão o prestígio da família e o património. O terceiro fator é para os clientes, porque lhes dá confiança que haja uma pessoa, uma família, por trás dos serviços”.
O estudo “Os valores e a comunicação na empresa familiar” contou com a participação de 30 diretores, bem como a realização de uma análise quantitativa (com dados recolhidos a partir das respostas de cerca de 3.000 destinatários) de empresas familiares espanholas, portuguesas e latino-americanas.